"Era uma vez uma boneca de sal
Que se refez em pedra de cristal
Para suportar as ondas do mar...
Um dia Ela foi al litoral
Mas o barco já havia engolido a âncora e acendido a última vela...
Ela chama!Chama!Chama!
E, sem fôlego mais , ela sopra! Sopra! Sopra!
O vento de sua boca foi o grande combustível do barco à vela.
Então, foi ficando cada vez mais longe dela.
Em alto mar, ele virou um castiçal
Fora do alcance da boneca que era de sal
Ela se libertou para sempre, do receio de se dissolver na água
Mas afundou nas próprias lágrimas que encharcaram seu lenço preto
O mesmo que acena para esta cena
Que o poeta assina, como quem lamenta sua sina
De ganhar mais vida, ao deixar de ser uma boneca de sal
E se refazer em pedra de cristal
Para suportar as ondas do seu mar
Ela pode se entregar ao banho de água doce...
Açúcar cristal mexe com o tempero do rio"
E. SANTANA
Desde 1970 fazendo arte
Nenhum comentário:
Postar um comentário